“Eu não queria escrever sobre Conchita,
Me vi na obrigação de fazê-lo e, a despeito de mim mesmo, pelos acontecimentos, ou seja: pela Providência.
Grandes personalidades eclesiásticas que conheciam Conchita ou que conheciam sua doutrina me convenceram a escrever.
Sem a menor pretensão de querer dizer tudo, mas pelo contrário, reconhecendo a natureza parcial e imperfeita deste livro, eu simplesmente queria responder ao chamado manifesto de Deus, e ser a caneta que tentou apresentar a mensagem espiritual de uma admirável filha da Igreja de Deus.
O documento fundamental: A “conta de consciência”, não é uma biografia, mas sim um diário; e não um diário completo que registre os eventos de uma existência humana dia a dia, mas um Diário espiritual que relata principalmente as relações íntimas de uma alma com Deus, registrado com fidelidade por mais de quarenta anos, para obedecer a um mandado expresso de seus diretores espirituais.
Feito único, providencial, que nos permite seguir, passo a passo, desde a idade de trinta e um a setenta e quatro anos, a constante ascensão a Deus de uma alma privilegiada, de excepcional heroísmo, dotada de uma mensagem espiritual para toda a Igreja e para todos os homens de hoje. Alma que recebeu de Deus a missão de lembrar ao mundo que não há salvação senão pela Cruz.
Não há nenhuma preocupação literária nesta história verídica em que se misturam, sem qualquer ordem, como são apresentadas, as mais sublimes elevações místicas ao lado das pendências cotidianas de uma mãe e das receitas culinárias de uma dona de casa perfeita. Enquanto escrevia sobre a Geração do Verbo e a Eternidade de Deus, eles começam a chamá-la para o café da manhã. Ela corre para participar alegremente da mesa com seus filhos; e em seguida pega a caneta novamente e continua escrevendo a explicação que o Senhor dita sobre as profundezas da Trindade e outros mistérios de Deus.”
Frei Marie-Michel Philipon, O. P.
Em maio de 2019, Conchita foi beatificada na Cidade do México. A Basílica de Guadalupe não podia conter tantos peregrinos. Conchita atraía, atrai e atrairá ainda milhares de almas leigas, consagradas e sacerdotais para aquele convívio íntimo, no jardim selado do Espírito, que nos diz: “Levanta-te, amiga minha, e vem!” Essa é a mensagem da ilustre filha de Potosí: Deus nos ama com verdadeira loucura e deseja nos inebriar com seu amor… amor cor de sangue, amor que passa pela Cruz! Que a leitura de seu diário espiritual possa ser fonte de inumeráveis graças nos lares brasileiros.